quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Protocolo 30/8
Já o ato quarto foi lido por Paula, Thayse, Fábio Farias e eu. Propusemos ao grupo que deitasse em roda com os pés voltados para dentro e que fechassem os olhos. Nossa inteção foi a de através de estímulos auditivos e táteis dar maior vasão a criação de imagens. Esperavamos que com os olhos voltados mais para dentro do que para fora cada um pudesse formar mais facilmente imagens para aquilo que ouvia, que se tivesse a oportunidade de ler o mundo com os ouvidos como propõe Lear à Gloucester. Mas a intenção acabou se revelando uma armadilha na medida em que os estímulos, não foram tão estimulantes assim e a leitura ficou até mesmo massante para aqueles que anseavam por imagens ou provocações mais intensas. De qualquer forma, fica a lição de que se queremos ser ouvidos temos que fazer por merecer e de que há uma provocante vontade de fazer dar certo...
A leitura do último ato (Gabi Claro, Fábio Vitorino, Felipe e Juliane) foi feita, assim como a anterior, de olhos fechados, mas desta vez sentamos em duplas no chão "costas com costas". Um dos membros desse grupo fez um comentário que achei bastante interessante sobre a primeira leitura que eu gostaria de registrar. Ele disse que já havia feito outras leituras de texto em grupo, mas que nunca havia se sentido tão instigado, isto é, que nunca havia desde o primeiro momento sentido o texto. Achei isso muito bonito, uma prova de que essa leitura teve sua função.
Já finalizando batemos um papo sobre os rumos da peça e ficou definido que um ponto central será a dicotomia novo/velho, arcaico/moderno e em cima disso foram propostas questões como: O velho não está em nós? É só na velhice que se perde a razão? Pensemos, pessoal, pensemos....
terça-feira, 30 de agosto de 2011
A Morte de Lear
Acredito eu que o medo é o sentimento que mais impulsiona o ser humano. Uma criança ao temer, ou corre ou luta. Um religioso, no medo, ora. Um cético ensaia ideias para driblar seus sentimentos e imagens criadas por este mesmo sentimento.
Outros poderão dizer que não; ao contrário, o medo trava as atitudes do ser humano. E a surpresa está aqui: Também concordo!
Como? Cometendo o erro simples de dizer opostos em afirmações, crendo na validade das duas?
Sim. Pois um não refuta o outro, apesar das impressões. Quando um ser humano trava ao menor aparecimento do medo a porta da existência se abre, e assim a sentença está proferida: És condenado a liberdade! (como diria o mestre Sartre). És condenado a exercer sua liberdade, escolhendo ou negando escolher (e isso já é uma escolha). Temos então o grande propulsor das atividades humanas: O medo.
Toda essa introdução para analisar os presságios que como relâmpagos abrem faixos de luz em minha mente. E presságios que nos impõe o sentimento do medo, vêm acompanhado, como disse antes, de esquemas lógicos para driblar o temível. Os presságios são as frases que brotam de cada encontro teatral nestas últimas semanas. E os esquemas para driblar tais presságios são os argumentos que exponho nestes encontros, e como não são o suficiente, caso tentasse um pouco mais me tornaria enfadonho (como se não estivesse sendo agora!), exponho neste espaço meus argumentos, não a fim de alterar os planos, e sim para expurgar minhas angustias e o tão aterrorizante Medo.
AQUILO QUE É IMORTAL
Poucos seres humanos têm a capacidade de tornarem-se imortais. Aqui escrevo destituído de crenças míticas, sendo o mais cético possível. Os que transpõe a barreira da vida são os nobres que em vida dedicaram-se a falar do Homem, conversar com o Homem, ser Homem em sua completude.
Shakespeare foi um destes bravos, que viveu longe de sua família por léguas de distância para mostrar ao Mundo, quem sabe o Universo, rompendo com a barreira do Tempo, o Ser Humano.
Creio que tudo que escreveu não passou de uma “brincadeira”: entre uma olhada da janela para ver os meninos brincando e uma olhada na janela da vizinha seminua do cortiço onde morava, escrevia um verso; Entre a lembrança da mulher um poema; E entre a lembrança dos filhos e a dor de não poder tê-los por perto um solilóquio de uma personagem complexa.
Assim, o inglês se tornou um dos mais brilhantes seres humanos da história desta velha e desgastada humanidade.
“Velha e desgastada!” Eis o respeito que imputo a minha espécie. Uma espécie capaz de vilanidades, mas capaz de construir o mundo e fazer com que ele exista, dentro de uma reflexão hegeliana. E Lear, ou melhor, o Rei Lear, é uma destas obras que tem como caráter a discussão deste modo de falar dos ditos contemporâneos.
Lear é apenas um velho desgastado, ou talvez seja a humanidade inteira. Essas são questões que não proponho discutir aqui, mas sim as coisas que são imortais. Lear é imortal. E é do modo que é. Caso deixe de ser não será mais imortal e sim um objeto simplesmente, uma história ou estória, como queiram… Porém Lear, ao meu ver, deve ser encarado como uma Fábula. E que bela fábula meus caros!
A obra de outra forma perde validade, não há porquê teatralizar Shakespeare, muito menos o grande Rei Lear. A obra passa a ser taxada dentro de um tempo. Este tempo dito pós-moderno, que gosta de predicar tudo, onde teatro não pode ser teatro. Tem de ser Teatro Contemporâneo. Abrem-se as portas da oficina para o experimentalismo. E de lá o que sai? Deformações…
O MITO E SEU TEMPO
Poderão me condenar caros leitores em estar mitificando a obra shakespeariana. Sinto-lhes informar que ela já é um mito. Escrevo estas palavras tentando relembrá-los que o mito se faz com o tempo e ao mesmo tempo rompe com este se imortalizando.
Não estou dizendo que o mito tem de ficar ali, no papel, ao contrário, Rei Lear é teatro e teatro não é papel, é Ação. Devemos mais do que nunca tirar as personagens da poeira da estante para que eles possam caminhar livres por aí. Eu quero muito banhar-me com Lear naquela louca tempestade e junto dele expurgar as angustias do meu mundo, da minha vida humana trágica. Assim como quero ter poder junto de Edmund. Conhecer o lado miserável da vida quando se perde um título antes de seu nome, tal qual Edgar. Quero amar como Cordélia, e ao mesmo tempo espalhar meu orgulho aos ouvidos dos outros.
Mas os presságios me sinalizam que ao final do ato Lear morre. Não no final do Ato da peça de Shakespeare, e sim no ato de dar-lhe um predicado “Lear contemporâneo”.
O Homem desde sua primeira investida em forma de humano buscou o Um. Buscou dentro de Uma historieta falar sobre todos os Homens, na figura de Um Homem. Esta é a grande invenção humana: O Mito.
EU, UM HOMEM CONTEMPORÂNEO
Agora sim, posso respirar a chuva que lá fora cai. Posso também ouvir Lear se banhando enquanto se liberta das amarrar de sua dor, do seu impulsionador vital, o medo. E este meu medo agora pode dizer-me adeus, pois sinto-me preparado para matar Lear quando este velho aparecer na minha frente.
Não quero aqui deixar o temor nos corações dos colegas, mesmo sabendo que este é propulsor da existência, (e como é bom ouvir o coração acelerando), quero apenas expurgar minha angustia. Poderia simplesmente sair na chuva, ali fora, e gritar, bailar e cantar, mas preferi fazer chover letras na tela, dançar argumentos nas frases e cantar o meu medo de matar Lear, o meu medo de trancá-lo na cela da contemporaneidade.
Mas me disseram que posso matar Lear. Então o farei. Porém, ao término, escondam o punhal...
Filipe Rossi, um contemporaneo de Lear, Um Velho.
Agosto: o primeiro encontro
Começo então destacando aquilo que esteve presente na fala de quase todos que é o nascimento de uma nova consciência e comprometimento com a prática. As propostas de atividades que vão desde a "caminhada-aquecimento" até o pular corda e passar o bastão, por mais simples que possam parecer, são sintômaticas da interação do grupo e vêm adquirindo mais ritmo e coesão a cada aula, além de conferir uma maior percepção do outro. A prova dessa nova consciência vêm, portanto, tanto na maior atenção e concentração dirigidas aos trabalhos propostos, quanto na fala de algumas pessoas que se disseram confiantes e com expectitavas mais alargadas de crescimento profissional para esse semestre.
No entanto, mesmo que esse avanço seja incontestável, não deixaram de surgir preocupações. Uma delas foi a necessidade de transpor esse comprometimento para outras áreas da montagem e fazer com que ele, ao invés de se caracterizar como euforia inicial, se perpetue como mudança comportamental do grupo. Isto é, há de fato por parte de várias pessoas (e espero que de todos) um interesse que música, figurino, cenário e até coisas mais simples, mas não menos importantes como o pagamento da caixinha sejam levadas com a mesma seriedade com a que vem sendo as aulas. Façamos isso acontecer!
Por outro lado, em muito se falou do processo anterior, traumático e divertido sob diversos aspectos, mas prefiro não desdobrar aqui essa temática a não ser para pedir que enterremos nossos mortos. Vamos em frente que Shakespeare nos renderá novos traumas para enterrarmos depois! Por hora vamos nos ocupar em potencializar essa relação tão bacana e trabalhosa do "eu" com o "grupo", em estender os limites da nossa comunicação, em encontrar um ao outro. Assim, quem sabe no fim, em uma das apresentações, viveremos um verdadeiro encontro com a platéia.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Protocolo
domingo, 28 de agosto de 2011
AVALIAÇÃO DO MÊS DE AGOSTO
O grupo mostra-se empenhado com as atividades e com as propostas. Há um princípio de trabalho comum, que gradativamente se potencializa mais com os exercícios que envolvem a superação pessoal, que se converte automaticamente em superação grupal.
A participação ativa é alcançada com atividades que propõem a criação coletiva para demonstração a outros pequenos grupos, deixando bem exposto a proposta artístico-pedagógica que atualmente é a mais difundida: Fazer, Fruir e Refletir. A construção, a contemplação e o diálogo entre produtores e apreciadores.
Cabe agora tecer uma crítica, pois é comum nesta fase final a reflexão ser proveniente do educador, abrindo espaço de comentário somente depois das críticas sobre todos os grupos, perde assim o caráter de reflexão sobre a obra, e passa a ser reflexão sobre o indivíduo no exercício. Os dois aspectos são importantes para o crescimento do grupo como um todo. Então aqui friso que a reflexão nos dois modos, sobre a obra e sobre o sujeito na ação, poderia ser melhor explorada.
Faz-se necessário a melhor delimitação dos objetivos nos exercícios de criação em grupo para que o ator-educando busque em sua atividade a melhor conscientização dentro do processo. Buscando como exemplo os conceitos de Viola Spolin, o conceito de foco poderia favorecer o trabalho como um todo, pois o ator-educando tornar-se-á mais consciente durante o exercício.
De modo geral o crescimento ao longo do mês foi notável. Tanto a preocupação do educador com as atividades, quanto os educandos dentro do processo participando ativamente. Noto ainda alguns desejos pessoais sobressaindo em relação ao grupo, mas isso é normal quando se trata de uma sociedade ocidental que busca o caminho da perfeição e da felicidade como condicionante para uma vida digna.
Para uma Auto-avaliação, ou Por que fazer teatro?
Como exposto no final do parágrafo anterior, me coloco nesta situação de buscar a qualquer custo a perfeição, acreditando que esta possa servir como alavanca para a tal felicidade condicionante. Sinto-me extremamente ocidental por este motivo. E com isso busco os desafios do teatro, pois é a arte que melhor soube representar e interpretar o pensamento e desenvolvimento humano ocidental. Como afirmei que o mundo ocidental busca a perfeição ao alcance da felicidade, o teatro contemporâneo busca orientar-se dentro desta temática também.
Não é a toa que os exercícios propostos dentro do grupo tentam estimular a superação no nível corporal, intelectual e sensitivo. A palavra “superação” tornou-se lema do grupo durante uma semana neste mês de agosto.
Mas quando não se supera? És então um fracassado?
O mundo ocidental prega que sim. E afirma com propriedade esta questão. Talvez o protestantismo calvinista foi o que trouxe as claras este pensamento: Tem de ter sucesso aos olhos do Senhor!. E com essa possível frase, Calvino pôde alicerçar o capitalismo ocidental, como bem notou Max Weber¹.
Quero dizer que o capitalismo seja culpado, ou o protestantismo? Não! Apenas ponho em questão a problemática da felicidade a qualquer custo, o fator do sucesso e a busca incessante da perfeição. Posso assim me avaliar como mais um doente dentro do “mundo ocidental”. Também significa que nego a cultura ocidental? Também não! Os orientais com suas atividades de meditação, o que buscam é anular os efeitos do tempo, numa letargia próxima da morte celular.
Questiono sim, o ser humano. E assim me questiono: Será que é tão importante saber pular uma corda, ou saber onde “Jesus pára”? Caso diga que não (e assim me torno advogado do Diabo), o mundo ocidental cai sobre a minha cabeça me taxando de fraco. Caso diga que sim, estarei somente reafirmando o pensamento coletivo de meu tempo, o mundo capitalista que busca a felicidade a qualquer preço.
Mas posso também encarar os exercícios como uma obra coletiva; a busca da comunhão; a busca do encontro; do meu encontro com demais seres humanos que também se questionam sobre a felicidade, sobre a perfeição, sobre possíveis imposições de um mundo capitalista onde abriga o “demo”.
O meu desenvolvimento dentro dos exercícios tem se baseado nesta última análise: exercícios para o avanço da obra em seu aspecto coletivo. Porém, o grupo pertence a um mecanismo social escolar, logo deveria buscar o desenvolvimento pessoal primeiramente; e assim regresso com a temática.
Finalizo minha auto-avaliação deixando exposto o conflito que travo com o teatro como um fazer “artístico-escolar”. De repente, outros colegas possam estar neste dilema, e assim aceno: “Vós não sois os únicos, companheiros!”
¹ Filósofo Alemão, Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
sábado, 27 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Engraçado como é o fluxo das idéias... o Felipe comentou em aula que, ao refletir sobre a marcação mais adequada para determinada cena de uma peça que estava montando, viu a resposta emergir de uma paisagem de sua cidade, durante uma caminhada, num momento de reflexão.
O mesmo aconteceu comigo hoje no caminho ao trabalho, quando de repente vi uma pixação num muro, e criei mentalmente uma associação com alguns dos traços da tal pixação... e vi a figura de um Rei. Igual a quando vemos figuras nas nuvens... e aí está. =)
Minimalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Minimalismo
Avisos Importantes
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Protocolo
A origem do protocolo em teatro é ligada muito possivelmente a uma metodologia do dramaturgo e encenador alemão chamado Bertolt Brecht, num dos momentos em que ele se questionava sobre a função pedagógica do teatro.
Em meio às novas tecnologias e o amplo acesso à internet, nada mais proveitoso que possamos utilizar a ferramenta e "mudar", assim, forma de se fazer o protocolo. Por isso foi propomos que esse diário seja feito via um blog para um amplo acesso de todos os participantes, sejam atores, sejam técnicos, e claro, olheiros de plantão. Aqui vale tudo: relatório mais ou menos formal, fotos, vídeos, desenhos, poemas, aforismos etc.
Ahh a única regra do jogo é: SE VISITOU, TEM QUE COMENTAR!!!
Fotos De Alguns Personagens
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
OpA tO aQuI tBm!
Bora Pular corda Segunda-Feira!!!
Sobre as equipes EU quero participar da Dramaturgia!
Filipe, Fábio V. e Isadora: -Eu sei que já tem três e "Vcs vão ter que me engolir! - by Zagallo" ;D
uhaUHAUhauHAUHuahUHAUhauHUAHuhau
Felipe Michel, the Knight
Teatro e Público
É com isso que devemos nos ocupar (com todo o nosso tempo e energia), se queremos o público nas salas. neste sentido, paradoxalmente, quanto mais nos ocuparmos com nosso trabalho e não nos preocuparmos com o público (já que é muita arrogância nossa querermos definir e catalogar o que o "público" quer ver), mais as pessoas se interessarão e virão aos nossos teatros, pela singularidade e potência de nossas obras.
Roberto Alvim, do Club Noir
Shakespeare é o mesmo para todos?
Leitura Dramática
Diário de Bordo Terça-feira 23/08
Diário de Bordo Segunda-feira 22/08
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Na web: “Rei Lear”, na interpretação de Ian McKellen
Os benefícios da web: o canal PBS colocou na web a íntegra de “Rei Lear”, de Shakespeare, na interpretação de Ian McKellen (foto). Em inglês, sem legendas. Se quiser seguir o texto original, é só pegar uma cópia com o pessoal do MIT (eles têm um site sobre o autor, com as obras completas).
Reflexão: sentir que os demais realmente estão prestando atenção em sua ação e ao mesmo tempo estão correspondendo ao seu estímulo, foi algo que mexeu comigo...
...e eu ainda não consegui achar explicações!
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Superação (aulas 15/08 e 16/08)
Reflexão. Foi no que pensei quando assisti ao vídeo "O que é teatro?" As respostas dadas por atores, diretores e afins foram diversas: forma de expressão, individualidade, conteúdo, desmitificação, uma ligação com nossos ancestrais. Participação, acordo, desacordo, movimento.
Também foi definido como uma forma de contato ao vivo, com aprimoramento a cada apresentação, artesanal. É uma liturgia que lida com verdades, para falar mentiras.
É representação, diálogo, uma dúvida não respondida, acontecimento, interação. Por vezes é veneno, quando se 'vende', tornando-se produto comercial.
Houve ainda quem disse que é o encontro do homem com o homem, organização de elementos complexos, compartilhamento de momentos.
Mas duas palavras surgiram das bocas da maioria deles: comunhão e jogo. E acho que é o que mais se aproxima da definição de teatro, embora nenhuma seja verdade absoluta.
E creio que, na aula, definimos mais uma palavra que pode definir o que é teatro, pelo menos para nós nesse momento: SUPERAÇÃO (do latim superare - exceder, ultrapassar, ter como resultado mais do que se esperava).
Nas nossas discussões sobre qual peça encenar, ouvimos do Felipe que não devemos ter medo nem preconceitos com texto algum, pois são "apenas" palavras que, com nossa leitura, ganharão vida. O gostar e não gostar deve ser evitado, pois o que deve estar em pauta é o desafio proposto pelo texto. Houve até uma discussão (do latim discutere - debater, examinar, investigar) sobre medos e empenhos em peças mais fortes, sobre se poderíamos fazer mais, sobre nossas possibilidades de desenvolver mais.
Então, para demonstrar na prática como poderíamos superar nossos desafios, fizemos um exercício utilizando uma corda para, a princípio, verificar o tempo-ritmo (A construção da personagem, cap. XII - Tempo-ritmo no movimento, pág 249) da galera. Em um primeiro momento, pulávamos a corda uma vez e saíamos. Logo após, deveríamos passar pela corda sem pular.
Depois um exercício mais complexo foi proposto: deveríamos pular duas vezes e sair, sendo que o próximo a pular tivesse que entrar quando quem estava dentro tivesse dado apenas um pulo, ou seja, ficariam dois sob a corda em apenas um pulo (me fiz entender? rsrs).
Então, para finalizar, pulamos em grupo. Tinhamos que ficar sob a corda até a contagem de cinco pulos. Quem conseguisse primeiro,venceria. Utilizando a comunhão e o jogo, um dos grupos observou que era só se deixar levar e fazer, e conseguiriam vencer o exercício proposto.
Mas o que deveria ser relacionado ao tempo-ritmo, acabou revelando-se um exercício de superação, com direito a lágrimas e palmas, como um espetáculo deve ser. Esse exercício com a corda acabou que nos servindo para sabermos onde a "corda bate na gente", revelando cautela, afobação, agitação, medos e no final, superação, que foi a palavra que levamos para o restante da semana.
De certa forma, isso nos serviu para definirmos o nosso texto para esse semestre (REI LIAR, de William Shakespeare), porque vimos que não devemos ter medo da corda. Nem temer os textos. A complexidade das pessoas é muito grande para que palavras em um papel provoquem medo nelas.
"Seja como a água que, ao invés de tentar superar os obstáculos, os contorna e segue em frente" (autor desconhecido).
domingo, 21 de agosto de 2011
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Pensando
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Zé Celso Martinez no Mão na Massa - Showlivre.com
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Contato
Como a gente faz amor distante da pessoa amada?
Pode até ser possível mas bom mesmo é ficar perto, se misturar, fazer de dois um só.
Como é gostoso alongar o amigo, pular corda em grupo, contar nossas idéias e ouvi as do amigo. É tão bom que chega esquentar ( como ficou quente a sala ontem!!!!).
Quando meu amigo parou em frente à corda, sem conseguir entrar no "palco" fiquei aflito, nervoso, ansioso junto com ele. Eu não era simplesmente um expectador.
Vamos ter coragem de trabalhar muito esse semestre e evoluir como HOMEM.
Sonho do Cadu
"Estava eu correndo numa maratona, com diversos competidores, porém entre esse monte de gente haviam pessoas conhecidas. Amigos de minha vida pessoal, amigos do trabalho, do teatro, e correndo ao meu lado quase que no mesmo ritmo estava o Felipe de Menezes...
A competição prosseguiu e tivemos de passar por diversos obstáculos (estilo Olimpíadas do Faustão sabe...), saltar, rastejar, correr novamente, passar por precipícios, vencer o cansaço e a exaustão... e fui avançando, e avançando, e avançando cada vez mais... estava na primeira colocação.
Mas nos últimos momentos da corrida, perto da linha de chegada, faltando apenas alguns poucos metros para terminar, olho para o lado e alí estava o Felipe me acompanhando (como esteve por todo o decorrer da competição). De repente ele segura o meu braço e me diz "Cadu, espera. Não precisamos vencer a corrida."
De imediato reduzi a velocidade, sendo ultrapassado pelos demais competidores... finalizamos a corrida, porém não na primeira colocação. Segui então meu caminho... O fato de não vencer não me afetou, estava sereno...
No pódio estava o Michel, comemorando loucamente a vitória... kkkkk me senti feliz por vê-lo assim."
Preciso refletir melhor sobre esse sonho... =)
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Dramaturgias (Aprendendo a estar de acordo)
interpretando as idéias do Grupo do Felype, Priscila, Paula e Aloha:
"Você tem algo a dizer ao mundo mas nem sempre ele está disposto a ouvir. Existem barreiras, mas você tem de se jogar."
Dramaturgia:
Aprendendo a estar de acordo...
O mais importante de tudo é aprender a estar de acordo.
Muitos dizem sim, mas sem estar de acordo.
Muitos não são consultados, e muitos
Estão de acordo com o erro Por isso:
O mais importante de tudo é aprender a estar de acordo.
(Aquele que diz sim, aquele que diz não - Bertolt Brecht)
O que eu quero dizer ao mundo?
- refletir e apresentar em forma de cena
3) divisão em grupos
4) construir 5 imagens estáticas que representem as idéias discutidas (fotograma)
5) prática:
- apresentação
- descrever o roteiro
- criar trilha sonora
- esaiador/direção para dar movimento (+ dramaturgo)
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Protocolo quarta aula - 09/08/2011
Texto que fiz sobre as impressões da aula passada:
Achei que meu nome tinha um corpo, com algumas marcas, arranhões, beliscões, abraços, mas meu nome tinha um corpo....
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Protocolo terceira aula - 08/08/2011
Post da Fe
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Protocolo segunda aula - 02/08/2011
a) Instalação (apresentação):
Ao chegar no Macu me alegrei ao ver uma notificação deixada pelo prof. Felipe na porta de entrada da classe... são as pequenas atitudes do dia-a-dia que nos mostram quem realmente somos. E após passar por um semestre extremamente conturbado e estressante fico com boas expectativas em relação à esta nova experiência de montagem. Afinal, todos somos Mestres e Aprendizes durante a vida, e saber ter e demonstrar humildade neste ponto é essencial para um convívio saudável e harmonioso.
Instalação
A instalação é um fazer artístico dos mais relevantes no panorama das artes no século XX e início do XXI.
Como boa parte da produção artística contemporânea a instalação não permite rotulação única, por seu princípio experimental.
O conceito, a intenção do artista ao formular seu trabalho é em grande parte a essência da própria obra, na medida em que a instalação emerge no contexto da Arte Conceitual.
A instalação, enquanto poética artística permite uma grande possibilidade de suportes, a gama variada de possibilidades, em sua realização pode integrar recursos de multimeios, por exemplo, videoarte, caracterizando-se em uma videoinstalação. Esta abertura de formatos e meios faz com que esta modalidade se situe de forma totalmente confortável na produção artística contemporânea, já que a Arte Contemporânea tem como característica o questionamento do próprio espaço e do tempo.
A obra contemporânea é volátil, efêmera, absorve e constrói o espaço a sua volta, ao mesmo tempo, que o desconstrói. A desconstrução de espaços, de conceitos e idéias está dentro da práxis artística da qual a instalação se apropria para se afirmar enquanto obra.
Essencialmente é a construção de uma verdade espacial em lugar e tempo determinado. É passageira, é presença efêmera que se materializa de forma definitiva apenas na memória. O sentido de tempo, no caso da fruição estética da instalação é o não-tempo, onde esta fruição se dá de forma imediata ao aprecias a obra in loco, mas permanece em sua fruição plena como recordação. Essa questão do tempo é crucial na instalação, fazendo com que a mesma seja um espelho de seu próprio tempo, questionando assim o homem desse tempo e sua interação com a própria obra. Nesta condição pode-se indicar algumas características próprias das instalações da década de 70.
A transmutação do Objeto em instalação, ou melhor o caminho percorrido pelo Objeto Artístico até a instalação tem exemplos precursores com Duchamp e os ambientes surrealistas. Na década de 70 os artistas passaram a questionar os suportes tradicionais da arte e fazer trabalhos que mais tarde ficaram conhecidos como instalações, por exemplo, a Arte Ambiental de Hélio Oiticica. Estes trabalhos tinham em comum a apropriação de espaços e o questionamento da arte em suas modalidades convencionais, pintura e escultura, apoiando-se na Arte Conceitual e nos meios anartísticos. A permanência da instalação é um fenômeno destacável na Arte Contemporânea, sendo uma das mais importantes tendências atuais. A instalação, na Contemporaneidade tornou-se mais complexa e multimidial, enfatizando a espetacularidade e a interatividade com o público. As combinações com várias linguagens como vídeos, filmes, esculturas, performances, computação gráfica e o universo virtual, fazem com que o público se surpreenda e participe da obra de forma mais ativa, pois ele é o objeto último da própria pbra, sem a presença do qual a mesma não existiria em sua plenitude. Esta participação ativa em relação à obra faz com que a fruição da mesma se dê de forma plena e arrebatadora, o que em muitos casos pode até mesmo tornar esta experiência incômoda e perturbadora. A necessidade de mexer com os sentidos do público, de instigá-lo, quase obrigá-lo, a experimentar sensações, sejam agradáveis ou incômodas, faz da instalação um espelho de nosso tempo. Pode-se dizer de fato que a instalação é uma obra espocal, a qual só faz sentido se vista e analisada em seu tempo-espaço.
b) Instalação (anotações e reflexões):
"Não é o desafio que define quem somos nem o que somos capazes de ser, mas como enfrentamos esse desafio: podemos incendiar as ruínas ou construir, através delas e passo a passo um caminho que nos leve à liberdade. (Richard Bach)"
- 2 fatores principais para avaliação:
- como o grupo materializou as idéias?
- como surpreendeu o espectador
- algumas 'provocações' para nos levar à reflexão:
- gera-se valor pela imagem hoje em dia
- a felicidade pode de fato ser registrada?
- os mitos contemporâneos hoje se dão pela imagem e não mais pela literatura
- o artista é um ser eminentemente crítico, e assim sendo devemos nos manter imparciais
- o 'encontro' é sempre um abraço?
- o 'prazer' é sempre o toque?
- será que não temos poder de escolha?
- eu quero um abraço? posso estar precisando de outra coisa.
- o 'sonho' não estava na cadeira, estava lá embaixo, no chão
- ele está no futuro ou no passado?
- quando criança, sonhamos com o futuro, em crescer
- quando adultos, sonhamos com o passado, quando éramos crianças
- como um ator pode SER outras pessoas se nem ao menos ele SE CONHECE? O auto-conhecimento é essencial ao ator.
- o material de Stanislavski não é um 'sistema' mas sim uma filosofia, um estímulo ao estudo e ao auto-conhecimento.
- como posso SER OUTRO se não consigo SER EU MESMO?
- no teatro, muitas vezes mostramos o que 'achamos' que as pessoas querem ver, é muita ousadia... e por isso que cada apresentação deve ser ÚNICA.